segunda-feira, abril 03, 2006


Auto-Apreciação



“A avaliação faz parte do processo de aprendizagem compreensiva e significativa, possibilitando o diálogo crítico dos alunos sobre os problemas que encontram ao levar a cabo as suas tarefas."

Elliot, 1990

Tal como foi sucedendo, ao longo do trimestre, aqui estou para cumprir esta proposta. Mais uma das imensas que me foram solicitadas, pelas várias disciplinas e que acabaram por me trazer num rodopio. Diga-se de passagem que essa roda viva, não se prendeu apenas com o mestrado, muito menos com esta cadeira, onde os tempos foram adequados às tarefas, mas também e essencialmente, com os inúmeros papeis que desempenho no meu dia a dia: mãe, esposa, dona de casa, profissional e estudante. É muita coisa para fazer, apenas em 24 horas, atendendo que algumas delas também têm que ser ocupadas a dormir, pelo menos de vez em quando. Este mestrado... e esta cadeira de Modelos de Ensino a Distância, o que eu fui como aluna, como a vivi...
Esta cadeira permitiu-me aprofundar conhecimentos e alargar horizontes, de uma matéria com a qual sinto muita empatia. Foi agradável e permitiu a elaboração de trabalhos individuais e em grupo, que me deram muito prazer concretizar e desenvolver, individual ou colaborativamente, com os meus colegas.
Tentei estar sempre presente e na verdade estive, umas vezes mais caladita, outras com mais actividade. Procurei não ser “lurker”, e não o fui, todavia, quando não senti necessidade de falar ou de algo mais acrescentar às discussões, optei por me manter calada, embora, na verdade, nunca o tempo suficiente, para deixar transparecer que estava ausente, ou desinteressada, o que não era verdade.
Procurei gerir o meu tempo pelas várias disciplinas, de acordo com as exigências e/ ou solicitações, executando as tarefas e desafios propostos, por vezes, com um tempo inferior ao que seria suficiente, o que acabou por ter algum reflexo também nesta cadeira. Não porque a Professora tenha exigido demasiado ou tenha dado pouco tempo, tal como já referi anteriormente, mas sim porque ao estabelecer prioridades, acabei por dar a outras cadeiras, tempo que deveria ser desta.

Uma coisa eu tenho como certa:

Gostei do que aprendi e da metodologia usada.

Gosto do Ensino a Distância, que acredito seja a chave da Educação do Futuro.


Uma opinião em forma de síntese...

Autor: Maria Leonor Maltez Parreira Cortez Santos
Data: Feb 18 2006 3:29:AM
Assunto: Re:Comentário às intervenções de e-Mooree seus opositores

Estive a ler atentamente todas vossas intervenções na defesa renhida do seu autor “favorito”. Pertenço à equipa “MOORE”, deveria tê-la defendido antes, o que não me foi possível por razões alheias à minha vontade ou à das tecnologias, mas penso que Moore foi aqui muito bem defendido, tal como os restantes teóricos.

Concordo com as sínteses que aqui foram feitas pela Professora e alguns colegas, no sentido de que todos eles têm sido relevantes para o avanço na implementação de mais educação e formação através de EAD, tentando conquistar este “espaço” virtual e trazê-lo para o reconhecimento académico; defendendo a sua função democrática ao permitir o livre acesso de um número crescente de grandes massas de utentes, para os mais diversos fins e níveis de aprendizagem; centrando, como Moore, a atenção nos aspectos práticos da sua utilização de modo a conferir a este meio pedagógico garantias de gestão de processos de qualidade relativamente à concepção e implementação da estrutura dos programas a utilizar e privilegiando as relações e interacções sociais e pedagógicas neste espaço virtual de modo a permitir criar verdadeiras sociedades de aprendizagem estruturadas, dialogantes e geradores de indivíduos autónomos, críticos e criativos.

Peters não está morto pois a ele se deve o génio de criar os meios que possibilitam o EAD, muito embora as tecnologias, materiais e conteúdos tenham sofrido alterações e melhorias muito rápidas. Nesta matéria estou com os colegas que são de opinião de que os suportes tecnológicos devem evoluir para soluções mais leves e flexíveis. Moore realça as potencialidades das novas TIC, nomeadamente a vídeo-conferência que acrescenta imagem e som ao texto, permitindo uma maior proximidade entre os membros das comunidades virtuais de aprendizagem.

( ) Leonor


Tecnologia ou Pedagogia?


Uma opinião...




Autor: Maria de Balsamão Venceslau Fernandes Mendes
Data: Feb 17 2006 3:12:PM
Assunto: Re:Comentário às intervenções de e-Mooree seus opositores

Na verdade a tecnologia é importante, pela interactividade que permite e a facilidade de comunicação multidireccional. No entanto, é como alguns autores já referiram, a tecnologia não é importante. O importante é na verdade a apropriação pedagógica que dela fazemos. A própria interacção, se sair dos objectivo e âmbito pedagógico proposto, deixa de cumprir o fim que lhe está reservado.
Já agora se a professora Lina me permite complemento esta frase “(…) 3 variáveis (diálogo, estrutura e autonomia. É como se fossem 3 peças de um puzzle que conforme encaixam, determinam a distância transaccional”, com algo que lhe está implícito e de que falamos na nossa descrição da teoria de Moore e pode ter passado despercebido para alguns colegas:
Quanto maior for a estrutura ] menor será o diálogo ] aumentando a distância transaccional;
Quanto menor for a estrututa ] maior será o diálogo ] diminuindo a distância transaccional.
E agora é um até já.
Gostamos de a ter na claque Professora Lina e… eu penso que a Professora é mais uma Mooreana!

:** Samy :)


Outro Comentário de uma colega...

Autor: Ana Lucia Correia Data:
Jan 22 2006 12:34:AM
Assunto: EaD_Ana Lúcia_2ª Fase



Em primeiro lugar considero que é importante referenciar que quando falamos de e-learning não significa automaticamente estarmos a falar de ensino a distância. E-learning implica um ambiente de aprendizagem apoiado e integrado numa rede de computadores, ou seja baseado na Internet e consequentemente na WEB. O conceito de ensino a distância é mais abrangente na medida que engloba ensino por correspondência que se rege transversalmente no uso de texto, e até mesmo da multimédia.

No ensino a distância existem, é certo, aspectos que não podem ser esquecidos ou até mesmo ignorados, existem muitos factores que lhe são intrínsecos como por exemplo:

- O desenvolvimento das TIC; considera (M. Paulino) que “…graças ao desenvolvimento das novas tecnologias, e também, a algumas teorias pedagógicas, que, é possível, implementar um modelo transaccional de ensino-aprendizagem.”;
- Flexibilidade no acesso à aprendizagem; como refere (Amélia) “… flexibilidade no acesso à aprendizagem “constitui a chave do ensino aberto: flexibilidade no acesso, no percurso, no sucesso e perfil de saída.”;
- A influencia de uma organização, também referida pela (Inês) “… estabelece esquemas, dispositivos e canais de comunicação que apoiam o estudante na sua aprendizagem independente.";
- Aprendizagem mais personalizada, pois como referido (Amélia) “… permite ao estudante escolher a composição do que vai aprender, a partir da oferta disponível na instituição, estabelecendo-se um contrato entre as partes envolvidas…”
- Controlo e evolução da aprendizagem ao ritmo do aluno, pois este é responsável pelo que quer estudar e assimilar;
- Existência de recursos de informação globais o que beneficia o aluno no acesso às actualizações da informação;
- A “ininterrupta e fundamental” motivação, como factor chave no ensino individualizado, tanto por parte do aluno, como também por parte da instituição, como refere (M. Paulino) “existe ainda o cuidado organizacional de manter a motivação do estudante através de esquemas de apoio…”;
- Os aspectos técnicos, não menos importantes, como a largura de banda que não convém ser muito pequena pois pode dificultar o acesso a determinados conteúdos;
- Os alunos dispõem de oportunidades iguais de acesso ao diálogo social, com os professores e com os restantes colegas (alunos);
- A separação física entre o professor e os alunos.

Esta é a minha contribuição nesta 2ª fase do trabalho proposto.

Ana Lúcia (algarvia)

domingo, abril 02, 2006

Numa de Slogans...

Autor: Nelson Ribeiro Jorge
Data: Feb 18 2006 5:21:PM
Assunto: Slogan - Wedemeyer

Para evitar dores de cabeça e não ter de tomar Aspirina da Bayer,
opte pelo EaD livre e independente de Charles Wedemeyer.

Nelson ;)


Autor: Maria Amelia Santos Brito do Rio
Data: Feb 19 2006 2:56:PM
Assunto: Slogan - Otto Peters

Aproveitando a ideia do Nelson em elaborar um Slogan para Wedemeyer, proponho o seguinte slogan para Otto Peters:

Se pretende seguir um modelo organizacional
num processo de ensino em que ocorre a objectificação
Siga Otto Peters e o seu modelo industrial
que rentabiliza recursos e permite a massificação


Amélia

Autor: Maria de Balsamão Venceslau Fernandes Mendes
Data: Feb 20 2006 12:46:AM
Assunto: "Tames" numa de slogans?

Ai é?
Ora... aqui tamos nós também... ;)

Interacção é a chave.
Do sucesso em EAD.
Viva Michael Moore,
E Quem nele crê!

:** Samy :)

Autor: Maria Leonor Maltez Parreira Cortez Santos
Data: Feb 20 2006 1:18:AM
Assunto: Re:"Tames" numa de slogans?


Moore e a sua teoria
Da distância transaccional
Dá mais alegria!
É sensacional!


Autor: Isabelle Anjos Martins Fernandes
Data: Feb 20 2006 7:58:AM
Assunto: Re:Re:"Tames" numa de slogans?


O quê?
Um mestrado sem sal?
Aposta no transaccional!
Queres ir po' sifão?
Aposta na interacção!

Autor: Maria Isabel F. Aranda Correia
Data: Feb 20 2006 12:49:AM
Assunto: Re:"Tames" numa de slogans?


E ainda outro para reforçar:

Distância Transacional
Uma boa solução
Para Minimizar
A Distância em Educação




Vestindo a "Camisola Moore"...




A defesa da teoria, num debate interessante... ;)




Curso: Modelos de Ensino a Distância: PEL 2006
Lição: II. Modelos de Ensino a Distância


Autor: Maria de Balsamão Venceslau Fernandes Mendes
Data: Feb 15 2006 4:40:PM
Assunto: Re:Início do debate: "1º round"


Pois é… é graças ao nosso amigo Moore, e à teoria que ele defende, teoria da distância transaccional, que estamos aqui, neste curso, nesta disciplina, a interagir uns com os outros e com a nossa professora. Trocamos opiniões, debatemos ideias e construímos em conjunto aprendizagens e relacionamentos.

Tal, implica que a distância transaccional entre nós seja diminuta, dado que geograficamente estamos separados, mas psicológica e padagogicamente estamos mais juntos, do que provavelmente estaríamos num curso presencial. “Longe dos olhos, perto do coração”, como diria o nosso amigo Azevedo.

Consideramos que o nosso autor… é aquele cuja teoria teve e tem maior importância para o futuro e disseminação da EAD.

Historicamente o EAD significava o ensino por correspondência. Com o desenvolvimento das tecnologias e a eminente entrada na Sociedade da Informação, os conteúdos, começaram a ser distribuídos através da Internet e de intranets. A utilização da Internet, e de ferramentas de comunicação síncronas, assíncronas e multi-síncronas, em combinação, “veio permitir diferenças nos estilos ou capacidades de aprendizagem dos alunos”. [Moore e Kearsley, 1996]. Veio permitir aprender a aprender de maneira colaborativa em rede, que é, quanto a nós e a alguns autores, mais importante do que aprender a aprender sozinho, por conta própria [Azevedo,2002] . Neste quadro o professor deixa de ser um transmissor de conhecimentos, para passar a ser o organizador e coordenador das actividades e aprendizagens dos alunos. No sentido literal da palavra é a força motriz da comunidade, que move e anima os seus alunos, sendo que estes também se animam uns aos outros.

Para nós, a teoria de Moore, é uma teoria actual, que vem ao encontro dos desafios da sociedade actual. “Mais do que um sujeito ‘autônomo’, ‘autodidata’ a sociedade hoje requer um sujeito que saiba construir o aprendizado do grupo de pessoas do qual ele faz parte, quer ensinando, quer mobilizando, respondendo ou perguntando (…)" [Azevedo]

Bom trabalho!

Samy :)




Autor: José Mota
Data: Feb 15 2006 9:23:PM
Assunto: Re:Re:Moore é bom, mas Wedemeyer é de outro campeonato!


Consideramos que o nosso autor… é aquele cuja teoria teve e tem maior importância para o futuro e disseminação da EAD.

Moore é um autor importante e a sua teoria da Distância Transaccional é actual e relevante para o EaD. Mas a afirmação parece-me exagerada. Desde logo porque a sua teoria não é isenta de falhas, e Garrison, um dos autores maiores no EaD actualmente, aponta algumas importantes:

More significantly, however, the exact nature of the interrelationships among structure, dialog and autonomy is not clear. There is confusion around whether structure and dialogue are variables, clusters or dimensions. Unfortunately, Moore has used different terms (i.e., variables, clusters, dimensions) at various times. Understanding transactional distance very much depends upon whether we are discussing a two-by-two matrix, a single continuum, or distinct clusters. This confusion is compounded when we add the concept of autonomy with its definitional problems (psychological or educational autonomy) and its relationship to transactional distance. (destaques meus).

Dizer que uma teoria é confusa, pouco clara ou tem problemas na definição de conceitos nucleares, ou das relações entre esses conceitos, é uma crítica bastante forte.

Depois, porque quando comparado com um gigante como Wedemeyer, Moore parece relativamente pequeno. Para não dizerem que sou eu a puxar a brasa à minha sardinha, deixo aqui algumas das afirmações de Moore relativamente ao Mestre:

Charles Wedemeyer: scholar, author, teacher, administrator, internationalist, philosopher, and creator of the ideas of open education and distance education. For four decades a passionate advocate of applying technology as a tool for opening opportunity and promoting democracy in education, Charles Wedemeyer was an ardent activist for freedom to learn, and for access to education regardless of age, race, gender, nationality, physical disability, income, social class, employment, or place of residence. He was not only an intellectual giant, but also a builder; a man who engineered a new educational system that would give opportunity to those whose only chance to learn was "at the back door". UAU!!!

Mas há mais:

Charles Wedemeyer: The Visionary and Pioneer. This was a man who, in the 1950s and 60s, recognized the wide gap between the published ideals of adult and extension education and the realities of what was delivered-or indeed could be delivered-and first helped us to see how technology might bridge that gap.

Ou ainda:

I [Moore] was fortunate to be associated with him during his years of synthesis-the early 1970s when practice and experiments were examined in an effort to hammer out a theory and a discipline of distance education. "Just break the ground," Wedemeyer said, "others will come behind and do the tidying-up."

E, por fim, citando Walter James referindo-se a Wedemeyer:

Those whom distance education has reached out and touched owe more than they know and far more than they can repay to him.

Destas palavras só se pode tirar uma conclusão: Quando se olha para o património teórico e pedagógico do EaD, emergem figuras importantes como Moore (ou Peters, ou Holmberg, entre outros). Mas acima delas, encarnando a verdadeira alma, o sonho e a vocação do EaD, está indubitavelmente o enorme WEDEMEYER.

Ou, dito em linguagem cibercultural, WEDEMEYER RULEZ :-)))

[] José Mota


Autor: Maria de Balsamão Venceslau Fernandes Mendes
Data: Feb 17 2006 2:51:PM
Assunto: Re:Re:Re:Moore é bom, mas Wedemeyer é de outro campeonato!

Caro Zé:
As minhas desculpas pela resposta tardia, mas na verdade, por motivos alheios à minha vontade, não me foi possível “falar-te” antes.
Li a tua mensagem e não queria deixar de comentar alguns dos pontos de vista que referiste, ainda que de uma forma breve. Na verdade entendo o teu papel de pretenderes sobrepor a figura de Wedemeyer à de Moore e até o tom brincalhão, com que foste fazendo as citações. Qualquer político sentir-se-ia um mero aprendiz, ao pé de ti. (Quem sabe não ande aí outra vocação escondida?) hehehehe :P
Então diz-me uma coisa, quando um filho herda do pai um casal de ovelhas e com elas faz o rebanho, a esperteza foi do pai?
Ai… ai… ai… ai… ai!
Na verdade Wedemeyer foi o pai do EAD, mas Moore pegou na sua teoria (sobre a independência do aluno a distância e a relevância dessa independência no seu sucesso) e na de Peters (de industrialização do ensino a distãncia) e unificou-as, criando uma teoria
nova, que obviamente constitui não só uma súmula das anteriores, mas também melhoramentos.
É evidente que houve um período de adaptação, que terá tido as suas inibições, constrangimentos, incertezas, mas chegou-se a bom porto.
O próprio Moore refere:

Progress in this direction was made in a panel discussion convened by the Independent Study Division and the Educational Technology Division of the National University Continuing Association at the Association's annual meeting in Salt Lake City, Utah on April 16th.. Chaired by Shirley Davies of Purdue University the panel was titled : "Interaction: that perplexing component of distance education". The panel debated such questions as; What level of interaction is essential for effective learning ? What is good interaction? How can we achieve it? What does real time interaction contribute? Is it worth the cost?”
For my contribution I suggested that, as a minimum, distance educators need to agree on the distinctions between three types of interaction, which I labelled learner-content interaction, learner-instructor interaction, and learner-learner interaction.”

Fazendo referência ao que Moore menciona, na sua teoria, o sucesso do EAD, “ depende da criação, por parte da instituição e do instrutor, de oportunidades adequadas para o diálogo entre professor e aluno (…)” “Uma vez que os alunos são actores de importância crucial na transacção do ensino aprendizagem”.

Poderia dar mais justificações, até mais importantes e com mais fundamentação, que apontassem o sucesso educativo implícito na teoria de Moore, no entanto penso que seria repetitiva, uma vez que este post vem após o comentário colocado pela Professora Lina e pela minha colega de equipa Cláudia.

Qualquer um sonha, no entanto… o mais importante não é ter um sonho, mas sim persegui-lo!

:** Samy :)


Autor: José Mota
Data: Feb 17 2006 4:19:PM
Assunto: Re:Re:Re:Re:Moore é bom, mas Wedemeyer é de outro campeonato!

Pois, para deitar abaixo o Moore só mesmo com artimanhas "políticas", ou espertezas jornalísticas do tipo "só-citar-o-que-interessa" :). Como digo noutra mensagem, afinal neste jogo da relevância para os dias de hoje, ele sempre foi o vencedor antecipado :-D

[] José Mota

Curso: Modelos de Ensino a Distância: PEL 2006
Lição: I. Enquadramento Conceptual do Ensino a Distância






Autor: José Mota
Data: Jan 22 2006 1:38:PM
Assunto: Resposta às questões da 2ª fase da actividade

1) Tendo em conta que o objectivo desta disciplina é adquirirem competências para a elaboração de programas de ensino a distância, e que no final o irão fazer, quais são os aspectos que não podem ignorar?

Os que me parecem mais importantes são os que se encontram contemplados na definição de Keegan, à excepção do último – ausência do grupo de aprendizagem – que não é já uma inevitabilidade, dadas as possibilidades oferecidas pela tecnologia actualmente.

1) Separação física entre quem ensina e quem aprende

Implica um grande cuidado e uma estratégia bem desenhada no que se refere à comunicação, à disponibilização de informação e à sua distribuição. O grau de ambiguidade e mal-entendidos na comunicação escrita é muito superior ao da comunicação em contexto presencial, não só devido à ausência de todo um conjunto de sinais e códigos que ajudam a interpretar as mensagens e a fixar o sentido, mas também porque as eventuais dúvidas ou incompreensões podem ser expostas/dissipadas, em contexto presencial, no próprio momento em que a comunicação se realiza.
Uma maior necessidade de desenhar, antes do início do curso, todo o processo a desenvolver – materiais, actividades, momentos de avaliação, etc. – de modo a que o estudante tenha sempre uma ideia clara do que se espera dele.
Uma atenção especial aos canais, suportes e formas de comunicação, porque se algo falhar desse ponto de vista, geram-se situações de grande desorientação e ansiedade (e não necessariamente apenas por parte do estudante).

2) Mediação Tecnológica

Primeiro, deve ter-se uma perspectiva adequada do papel da tecnologia em todo o processo: em vez de se pensar o que é que a tecnologia permite fazer, para se desenhar, a partir daí, materiais, actividades e situações de aprendizagem, deve pensar-se, antes, o que queremos fazer (que tipo de situações de aprendizagem queremos desenvolver e que tipo de aprendizagens queremos promover), e procurar, depois, as soluções tecnológicas que sirvam os nossos propósitos.
Assegurar que as soluções tecnológicas são fiáveis e funcionais, e ter processos redundantes ou alternativos que permitam superar ou minorar eventuais falhas. O corte ou as dificuldades extremas na comunicação são o ponto mais sensível na aprendizagem a distância.
A tecnologia funciona, claramente, a níveis diferentes: como canal de comunicação, como suporte de materiais e como o contexto onde se desenvolve o próprio processo de aprendizagem, pelo menos. Desses níveis diferentes resultam problemas e necessidades também diferentes.

3) Influência de uma organização

Assegurar que o trabalho que se quer desenvolver encontra suporte suficiente dentro da organização, desde os aspectos científicos, passando pelos aspectos tecnológicos, aos aspectos administrativos e processuais, e que existem os meios e o know-how para que se possa concretizar esse trabalho. É verdade que o desenvolvimento tecnológico veio “aliviar” um pouco o peso da organização, mas ainda é extremamente difícil desenvolver um trabalho de qualidade sem um nível mínimo de suporte.

4) Comunicação bidireccional (e multidireccional, se ensino online/e-learning)

Os aspectos mais relevantes são uma conjugação de elementos referidos em 1) e 2), sendo de salientar a importância de boas estratégias de comunicação e orientação do trabalho dos estudantes. Acrescente-se, no caso do ensino online, a importância de facilitar e organizar a comunicação informal entre os estudantes, por forma a construir uma dimensão social de grupo e, assim, estabelecer as bases de uma comunidade de aprendizagem.

2) Como criar um programa/curso de ensino a distância que se possa dizer que é flexível e aberto? Qual a vantagem desse tipo de programa/curso? E desvantagem? Será que a disciplina de MED se define como flexível e aberta? E o PEL?

As noções de “abertura” e de “flexibilidade” confundem-se a vários níveis. Gaspar (2001), por exemplo, considera a segunda uma variável da primeira. De qualquer modo, o que parece claro é que se tratam de características que não se exprimem em termos absolutos mas sim relativos, constituindo um continuum entre um grau mínimo e um grau máximo.
Aquilo que marca claramente a distinção entre cursos mais ou menos abertos/flexíveis, em meu entender, é a questão da certificação (embora haja, naturalmente, excepções). Por razões sociais e profissionais, os cursos que conferem certificações reconhecidas no mercado laboral ou nas carreiras profissionais têm, necessariamente, um grau de abertura e flexibilidade muito menores do que outros que se situam na área do desenvolvimento social (alargamento cultural, exploração de interesses complementares, etc.).
Nos primeiros, os objectivos, as metodologias, as estratégias, os momentos e instrumentos de avaliação, bem como os requisitos de acesso, para referir apenas alguns aspectos, estão predefinidos e são obrigatórios na esmagadora maioria dos casos. Nos segundos, muitos destes aspectos podem ser definidos de acordo com os interesses individuais, ser adaptados e alterados ao longo do processo, ou até estar ausentes (a avaliação sumativa, a classificação ou os requisitos de entrada, por exemplo).
Considerando o nosso PEL/MPEL, e tendo em conta o que refiro acima, parece-me óbvio que o grau de abertura/flexibilidade é relativamente baixo.
Dito isto, podem sempre encontrar-se algumas áreas de flexibilidade e abertura nos cursos que conduzem a uma certificação, e que acho estarem presentes neste nosso curso. Algumas derivam da própria natureza do ensino a distância – a flexibilidade na gestão do tempo e do espaço, por exemplo – outras derivam da abordagem adoptada – a possibilidade de alguma negociação do contrato de aprendizagem, ou a liberdade de escolha relativa à forma como se realizam algumas actividades ou aos produtos que se elaboram.
Outro aspecto que acaba por introduzir bastante abertura e flexibilidade, nomeadamente no que se refere às aprendizagens realizadas, tem a ver com a abordagem claramente colaborativa e de muita interacção por que se optou (pelo menos nas disciplinas até ao momento). O facto de partilharmos as nossas reflexões, confrontarmos os nossos pontos de vista e contribuirmos com as nossas experiências e competências diversificadas leva a que realizemos muitas aprendizagens não previstas e desenvolvamos algumas competências de forma “colateral”

[] José Mota

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Teoria da Distância Transaccional
(Michael Moore)

“Manipulando-se os meios de comunicação é possível ampliar o diálogo entre alunos e seus professores e assim reduzir a distância transaccional.”(Michael G. Moore,2002)

O Ensino Aberto a Distância é um modelo educativo que proporciona aprendizagem sem limites de “espaço ou de tempo” (anywhere, anytime), pressupondo uma separação geográfica e temporal entre professores/ alunos e recorrendo à tecnologia como instrumento mediador da aprendizagem.
Tem como objectivo promover a educação nos locais e horários mais convenientes ao aluno (Moore e Kearsley, 1996).
Ao longo da história do Ensino a Distância, o conceito de “distância” tem sido alvo de inúmeras discussões. Keegan (1993) dá-nos uma compilação das diferentes perspectivas desta matéria em “Teoretical Principles of Distance Education” (Teoria da Distância Transaccional de M. G. Moore).
O conceito de “transacção” foi definido por Dewey (Dewey e Bentley, 1949), como “a interacção entre o ambiente, os indivíduos e os padrões de comportamentos, numa dada situação”.
Desta forma, a transacção a que chamamos de “Educação a Distância”, ocorre entre professores e alunos num ambiente cuja característica fundamental é a separação física e geográfica. Separação essa que conduz a padrões e comportamentos específicos, que afectam, quer alunos, quer a aprendizagem, tendo inclusivamente subjacentes potenciais mal entendidos entre instrutor e aluno.
“A transacção” surge, por conseguinte, num espaço psicológico e comunicacional, que urge ser transposto.
Michael Moore, baseando-se nas teorias de Peters (industrialização) e Wedemeyer (aprendizagem independente) propôs uma teoria unificadora, mais tarde designada por teoria da distância transaccional.
Esta teoria baseia-se no postulado de que a distância é uma questão pedagógica mais do que física. Com efeito, o que interessa avaliar é quais as consequências práticas da distância no processo educativo, nos alunos, nos professores, na interacção, na administração, etc. Assim, “...esta distância é a distância da compreensão e percepção causada pela distância geográfica que tem de ser ultrapassada por professores, alunos e instituições educativas de forma a que ocorra um processo de aprendizagem eficaz, deliberado e planeado. Os procedimentos para ultrapassar esta distância são de natureza interactiva e de concepção educativa e, para enfatizar que a distância é pedagógica e não geográfica, usamos o termo “distância transaccional” (Moore:1996).
Embora haja padrões definidos e reconhecidos, em EAD, não há dúvida que há uma variação enorme entre estratégias, técnicas e comportamentos de professores e alunos, a que estão subjacentes, como é óbvio, graus bem distintos de distância transaccional. A “distância transaccional” constitui então uma variável contínua e não discreta, um termo relativo e não absoluto, onde a relevância é atribuída ao facto do ambiente exercer um grande influência na interacção entre os actores. Como tal, a separação vai exigir por parte do professor planeamento, apresentação de conteúdos e acção de forma diferente dos processos presenciais.
Em educação à Distância, a interactividade é “crucial para o sucesso de um e-curso, pois promove o envolvimento dos alunos na aprendizagem.” (Northrup, 2002)
A comunicação mediada por computador, facilita e reforça a interacção desde que seja feita uma aposta clara nesse sentido. Moore (1993) identifica três formas de interacção:
· A interacção aluno/conteúdo tem a ver com o processo de interacção intelectual, com o conteúdo, de que resultam mudanças na compreensão do aluno.
· A interacção aluno/instrutor, reporta-se ao diálogo que existe entre o instrutor e o aluno, em que o instrutor facilita e orienta os alunos na construção do seu conhecimento motivando-os para a exploração dos conteúdos.
· A interacção aluno/alunos fomenta o diálogo dos alunos com os colegas, para análise, crítica, partilha e reanálise das ideias e das experiências, pressupondo uma aprendizagem construtivista.
Na realidade, o grau de transaccionalidade pode ser expresso através de três grupos de variáveis: o diálogo educacional, a estrutura do programa e a autonomia do aluno. Existe uma relação entre estas três variáveis, pois quanto maior a estrutura e menor o diálogo, num programa, maior autonomia o aluno terá que exercer.


Diálogo

O Diálogo engloba todas as interacções positivas entre professores e alunos e é utilizado com o objectivo de aperfeiçoar a compreensão do aluno.

É influenciado por vários factores, nomeadamente: as personalidades do professor e do aluno; “a filosofia educacional” e conteúdos programáticos subjacentes à aprendizagem; o ambiente de aprendizagem, nomeadamente o meio de suporta à comunicação , o número de alunos por professor, a frequência de oportunidades para a comunicação; o “ambiente emocional” estabelecido entre professor e aluno, ou seja a relação de respeito e consideração mútua desejável.
Processos baseados em correspondência são naturalmente menos propensos ao diálogo do que os baseados em tecnologias da informação e da comunicação, que permitem uma comunicação assíncrona, síncrona e multissíncrona.

É o factor mais determinante para a redução da distância transaccional.

De entre os meios de comunicação, os computadores pessoais (PC) e a videoconferência são os que permitem uma interactividade mais dinâmica com diálogo mais individualizado, personalizado e “intenso”, ajudando a transpor a distância transaccional.

Estrutura do programa

A estrutura do programa ou de um curso reflecte a organização dos elementos que o constituem, a rigidez ou flexibilidade dos objectivos de aprendizagem, dos conteúdos, das estratégias e metodologias do processo ensino/aprendizagem, documentação, exercícios, projectos, testes, os critérios de avaliação do programa. A estrutura define o modo como o programa melhor se adequa e responde às necessidades do aluno. Ela pode ser rígida, implicando, desde, a medição de tempos para alcançar determinados objectivos, à monitorização e controle dos processos de evolução ao longo do curso. Pode ter uma organização fixa e coordenação total entre actividades e documentação, etc.. Por outro lado, pode ser flexível permitindo que o aluno progrida ao seu ritmo, estudando o material quando lhe convier, submetendo as respostas quando considerar oportuno, adequando a flexibilidade à idiossincrasia do aluno: quanto maior a distância transaccional, maior autonomia é exigida ao aluno.
Num programa muito estruturado, com meios como a televisão ou gravador, a distância transaccional é grande pela ausência de diálogo professor-aluno. O caso dos cursos por teleconferência, que permitem um amplo diálogo entre professor e alunos, exigem menos estrutura.

Tal como o diálogo a estrutura é uma variável qualitativa. A sua extensão depende, dos meios de comunicação utilizados, dos regulamentos institucionais e das características individuais de aluno e professor.
Ou seja, num curso com pouca distância transaccional, o diálogo é mais forte permitindo que os alunos obtenham instruções e informação directamente do professor. Num curso com distância transaccional elevada, estas instruções são derivadas da estruturação. Assim a distância transaccional é inversamente dependente do diálogo e directamente dependente da estrutura:

A adequação da estrutura do programa exige à equipa pedagógica um elevado grau de atenção às características de aprendizagem do público-alvo e ao tipo de interacções a usar. Em todos os programas de educação a distância devem ser estruturados os seguintes processos:

1. Apresentação do informações, demonstrações, explicações.
2. Apoio à motivação do aluno para aprender, desenvolvendo a auto-motivação.
3. Estímulo à análise e à crítica sobretudo com alunos de frequência do ensino superior. Auxiliar o aluno na abordagem das questões, formulação de perguntas.
4. Aconselhamento e assistência aos alunos tanto na abordagem dos problemas pedagógicos como na utilização dos meios de comunicação.
5. Organização de prática, aplicação, testagem e avaliação – é necessária a apresentação de trabalhos escritos por parte do aluno, que irão ser avaliados pelo professor que por sua vez dá um feedback incentivador à melhoria do trabalho do aluno.
6. Organização para a construção do conhecimento por parte do aluno – aqui o uso do computador é fundamental para o desenvolvimento da interacção entre professor e aluno na construção colaborativa do saber ou conhecimento.

Autonomia do aluno

Segundo Moore, a “autonomia do aluno” , é uma medida que permite que seja o aluno e não o professor a determinar os seus objectivos de aprendizagem (1992). Este era um ideal que pressupunha que os alunos fossem total e emocionalmente autónomos. Tal comportamento para Malcolm Knowles, deveria ser natural para o adulto, que constitui, na verdade, o tipo de pessoa, que já tem o seu próprio conceito de independência. No entanto por norma, os adultos “não estão preparados para uma aprendizagem independente; precisam de atravessar um processo de reorientação para aprenderem como adultos”. (knowles 1970)
Keegan, Moore defendeme a necessidade de os “alunos compartilharem a responsabilidade dos seus próprios processos de aprendizagem”. A autonomia do aluno tem a ver com a capacidade que este tem, perante os conteúdos programáticos do curso, de estabelecer os seus próprios objectivos, metodologias e materiais a utilizar, bem como etapas e modos de avaliação da sua aprendizagem e aquisição de conhecimentos/competências.
Assim, como dissemos atrás, parece haver uma relação entre o aluno autónomo que prefere programas bem estruturados, que depois vai gerir, e o aluno, a maioria, que prefere programas menos estruturados e mais dialógicos ou dialogantes, em que o professor vai adequando as metodologias e ritmos às necessidades do aluno.

Selecção e integração de meios de comunicação

Na apresentação de Keegan sobre a teoria da distância transaccional, a utilização do computador, nomeadamente da Internet, dadas as suas potencialidades interactivas e de comunicação, é referida como o melhor meio para a “veiculação dos processos de ensino: apresentação, motivação, desenvolvimento crítico e analítico, aplicação e avaliação e apoio ao aluno” no contexto de diálogo estruturado.
A Teleconferência
Com a introdução de novas tecnologias e de algumas ferramentas interactivas, nomeadamente a o áudio e o vídeo, todas as formas de educação a distância passaram a ter uma relação multilateral, envolvendo inumeros diálogos entre os vários participantes. A interacção aluno-professor é mais dialógica e menos estruturada. No entanto, os alunos não passam a ser mais autónomos, não porque o sistema não o permita mas porque ainda subsiste a presença dominante do professor.

Com professores mais progressistas é possível que a teleconferência se torne na metodologia que melhor reduz a distância, e também aumente a autonomia dos alunos.

Notas Conclusivas:

Ø Metodologias de ensino a distância são naturalmente adequados a alunos adultos e autónomos.
Ø Nem o diálogo, nem a transacção pedagógica ocorrem pela presença da mais nova geração de equipamentos que possibilitam a teleconferência. Tal só ocorre se as pessoas se comprometerem significativamente.
Ø A elaboração de um programa de ensino a distância requer uma equipa pedagógica composta por especialistas em conteúdos, designers, especialistas em meios e professores especializados. Deverão ter em conta não só o conteúdo mas também o público-alvo. O questionar os potenciais alunos poderá ajudar na estruturação do programa/curriculo.



Bibliografia Utilizada:


Keegan, D. (1993) Theoretical Principles of Distance Education, London: Routledge, p.22-38,traduzido por Wilson Azevêdo, http://www.abed.org.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?UserActiveTemplate=1por&infoid=23&sid=69 , em 20/12/2005
Lima, J. R. et al (2003), e-Learning e e-Conteúdos, Lisboa, Centro Atlântico
"Aumentando-se a Aproximação por meio de Actividades a Distãncia", http://www.aomestre.com.br/cyber/arquivo/cyber20.htm em 30/Jan/2006
Three Types of Interaction, http://www.campusaberto.univ-ab.pt/courses/EPEL4974/Moore89.mht em 25/Jan/2006
Moore, M.G. (1986), Learners and Learning at a Distance, In Proceedings: Second Teaching at a Distance Conference, Madison, Wisconsin. Department of Continuing and Vocational Education, pp. 8-45 (1986), http://www.ed.psu.edu/acsde/pdf/learners_learning.pdf
Moore, M.G., Learner Autonomy: The Second Dimension of Independent Study, Convergence Fall: 76-88 (1972), http://www.ed.psu.edu/acsde/pdf/learner_autonomy.pdf
Moore, M.G, Independent Study, In R. Boyd and J. Apps, eds. Redefining the Discipline of Adult Education. San Francisco: Jossey-Bass, pp. 16-31 (1980), http://www.ed.psu.edu/acsde/pdf/independent_study.pdf

Bibliografia sobre o Autor:


1. Distance Education in the Health Sciences. Readings in Distance Education, Number 8.
2. University Distance Education of Adults.
3. Learners and Learning at a Distance.
4. The Effects of Distance Learning: A Summary of Literature. Research Monograph Number 2.
5. New Technology: Lessons from the Open University.
6. Purpose and Practice of Home Study in the 1990's.
7. Speculations on a Definition of Independent Study.
8. Is Teaching Like Flying? A Total Systems View of Distance Education.
9. Tips for the Manager Setting Up a Distance Education Program.
10. The 1995 Distance Education Research Symposium: A Research Agenda.
11. Distance Education for Corporate and Military Training. Readings in Distance Education, Number 3.
12. Speaking Personally about Distance Education: Foundations of Contemporary Practice. Readings in Distance Education, Number 6.
13. Web-Based Communications, the Internet, and Distance Education. Readings in Distance Education, Number 7.
14. The American Symposium on Research in Distance Education. Report (2nd, University Park, Pennsylvania, May 22-24, 1991).
15. Counselling in Teaching at a Distance. A Bibliography of Articles.
16. Communications Media and Adult Education in Wisconsin. A Discussion Paper.
17. International Dimensions of Distance Education: A Perspective from the British Open University.
18. Toward a Theory of Independent Learning and Teaching
19. Learner Autonomy: The Second Dimension of Independent Learning
20. Surviving as a Distance Teacher.
21. Distance Education: A Learner's System
22. Recruiting and Retaining Adult Students in Distance Education.
23. Telecommunications, Internationalism, and Distance Education
24. Print Media.

(Texto colaborativo produzido pela Equipa Moore, usando o writely)

domingo, fevereiro 05, 2006


O que implica ser um estudante on-line?

Para aprender verdadeiramente é preciso antes de mais saber aprender.
Saber aprender exige muito conhecimento e reflexão sobre a nossa cognição, nomeadamente a metacognição.
Inúmeras e variadas investigações têm demonstrado que o uso da metacognição por parte dos alunos, é a principal causa de diferenciação nas estratégias por eles usadas, e que os indivíduos com mais rendimento, em qualquer idade, são os que têm maior capacidade de acompanhar o seu próprio desempenho em determinada tarefa.
Ser aluno on-line é estar perante uma filosofia pedagógica recente, que representa um duplo desafio de aprendizagem: a aprendizagem do método e a dos conteúdos.
O aluno on-line encontra-se perante um contexto de ensino/ aprendizagem com de características específicas, a que tem de se adaptar. Não obstante o ensino ser mediado pela tecnologia, o domínio da mesma, não é condicionante para se ser um aluno on-line. Mais importante que tudo, é a apropriação pedagógica e metacognitiva que se faz da metodologia.
No ensino on-line, professor e aluno não partilham o mesmo espaço físico, nem temporal. Existe uma temporalidade multi-síncrona e um espaço fundamentalmente comunicacional, não-físico, onde a comunicação se faz de “muitos para muitos”, a que o aluno on-line tem que se adaptar, adquirindo capacidades de planificação, controle e gestão das próprias aprendizagens.
Desta forma é um ensino centrado no estudante, nas suas necessidades, no seu estilo e ritmo de trabalho, assumindo este um papel activo e autónomo no seu percurso de aprendizagem, enquadrado num grupo em que vai ter “a possibilidade de (…) beneficiar do apoio e da retroacção de outros indivíduos durante o seu percurso de aprendizagem.” Morgado (2001), Revista Discursos: Perspectivas em Educação, pp 125-138.

Ser um aluno on-line pressupõe uma adaptação a um conjunto de situações novas, que implicam numa aprendizagem de situações pouco comuns:
· Sala de aula virtual que não é uma réplica da sala de aula presencial;
· Uso do tempo planeado e flexível;
· Relação com os colegas e tutor em ambiente virtual;
· Trabalho e organização com os colegas virtualmente e de modo assíncrono;
· Discutir nos fóruns:
o ler as msg,
o formular as respostas adequadas;
o comunicar ideias e perspectivas;
o saber discutir as ideias dos outros;
o Apoiar os outros;
o Construir;
o Questionar;
o Analisar;
o Colocar-se no ponto de vista do outro;
o Usar a comunicação síncrona;
o Conhecer a netetiqueta;
o Estabelecer procedimentos adequados.

Só para terminar, o aluno on-line é aquele que “aprende aprendendo”, através de um processo de autogestão crescente do saber, com base na autonomia, na responsabilidade e no compromisso face à sua formação.

quarta-feira, janeiro 18, 2006


O que não podemos ignorar em EAD

“ (…) ciclicamente, o campo conceptual do ensino a distância é permeável a discursos de diversa origem que o tornam bastante complexo.”
In Morgado, L., 2003



Um dos aspectos que não podemos ignorar, no ensino a distância, prende-se com a notoriedade que o mesmo ganhou nos últimos anos, constituindo actualmente, segundo alguns autores (Harrison, 1993; Mason, 1998ª; Calder,2000) “um fenómeno de educação global”, (cf. Morgado, 2003). Tal facto tem a ver com e as tendências para “estratégias de convergência e de cooperação global” (Ibidem) de prestigiadas instituições, nomeadamente a European Open University e com a disseminação das novas tecnologias da informação e da comunicação.
Na verdade, as TIC, especialmente as ligadas à Internet modificaram e ampliaram de tal forma o panorama da educação a distância que podemos falar de duas gerações diferentes: antes e depois da Internet.
Antes da Internet o ensino à distância concretizava-se mediado por uma comunicação de um para um (1.ª geração, ensino por correspondência) ou de um para muitos, mediado por meio de comunicação, nomeadamente o rádio e a TV (2.ª geração). A utilização da Internet, possibilita um ensino de integração ampla, em que a comunicação/ ensino a distância, pode ser processada de “um para um”, de “um para muitos”, ou de “muitos para muitos” (comunicação multidireccional).
A separação física entre quem ensina e quem aprende tem sido, na verdade um dos maiores desafios do ensino a distância. Dificuldades essas, colmatadas agora com as interacções que a tecnologia permite, recorrendo também, a ferramentas de apoio, tipo plataformas (comunicação multidireccional). A maior parte da reflexão pedagógico/didáctica em torno deste tipo de ensino, na verdade, desenvolveu-se à volta da problemática da distância, do desenvolvimento de uma pedagogia específica, na busca de um modelo pedagógico específico.
Contudo, ainda há alguma alguma confusão generalizada a nível conceptual, entre o “ensino aberto” e o “ensino a distância”, sendo conotado este último como sendo um ensino aberto, o que não é necessariamente verdade. A existência deste equívoco e da diferença entre os conceitos, tem sido referida por Keegen (Morgado, 2003:8).
Para Gasper, (ibidem: 9) o ensino aberto tem pressupostos diferentes do ensino a distância. Keegen definiu cinco elementos para caracterizar o ensino a distância: a separação do professor e do estudante, a influência de uma organização, o uso de meios tecnológicos para ligar professore/ estudante e transmitir conteúdos, a existência de comunicação bilateral e a ausência de um grupo de aprendizagem.
Na fase actual de mudança de paradigma, penso que o desafio com que a educação a distância se depara é enorme. Falo da dimensão social da aprendizagem. De acordo com leituras que fiz, penso que o momento exige também, um grande investimento em peopleware, isto é, em recursos humanos para a educação a distância, em professores e alunos capazes de aprender e ensinar on-line.

terça-feira, novembro 15, 2005

Educação a Distância (EAD) porquê?
Esta será, talvez, uma pergunta que os leitores deste blog terão vontade de me colocar... ;)
Simples... Porque sou professora e porque vejo na educação a distância um potencial enorme para ser aplicado na Educação formal e informal do Futuro.
Só por isso?
Na verdade há ainda o interesse e motivação que esta metodologia de ensino/ aprendizagem, suscita em mim de há alguns anos a esta parte. Por ultimo, o facto de estar a fazer um mestrado em Pedagogia do e-Learning e a necessidade deste Blog para publicar trabalhos pedidos e... quiçá outras coisas que eu considere importantes ou interessantes.

Sejam Bem Vindos! :)